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terça-feira, 30 de outubro de 2018





Livro de Cyro de Mattos É Publicado Pela
 Editora Universitária do Livro Digital

     
        
           O livro Nos Tempos do Trabuco, do baiano Cyro de Mattos, uma reunião de quatro histórias, comparece agora ao acervo de livros eletrônicos da e-book.br Editora Universitária do Livro Digital (HTTP://literatura.blogspot.com), ficando assim disponibilizado para leitura gratuita. O livro tem organização, apresentação e notas de Cid Seixas, poeta, ensaísta e Doutor em Letras pela USP.
    Nos Tempos do Trabuco reúne as histórias “Inocentes e Selvagens”, Prêmio Internacional Miguel de Cervantes da Casa dos Quixotes do Rio de Janeiro, para autores de língua portuguesa, “Os Recuados”, do livro com o mesmo  nome, Prêmio Nacional Jorge Amado no Centenário de Ilhéus, “O Menino e o Boi do Menino”, conto infantojuvenil, publicado pela Editora Biruta, e o inédito “História do Galo Clarim”, juvenil.
     Eis os links onde o livro pode ser acessado: www.e-book br  www.linguagens.ufba.br  HTTP:// issuu.com/e-book.br . Se quiser ler o livro no celular é só copiar o endereço www.linguagens.ufba.br e enviar para o mesmo. Outros livros de Cyro de Mattos que já estão digitalizados:   Berro de Fogo e Outras Histórias, Editus, editora da Universidade Estadual de Santa Cruz, 2ª. edição, 2013;  (WWW.uesc.br/editora); Histórias do mundo que se foi, Editora Saraiva, São Paulo, 2012; O Menino e O Trio Elétrico, Editora Atual, do Grupo Saraiva, São Paulo, 2012; Natal das Crianças Negra”, FDigital IDP (Independent Direct Publishing), www.fdigitalidp.com, Reino Unido (Londres), 2012;  O Triunfo de Sosígenes Costa, com Aleilton Fonseca, Editus , editora da UESC, Coleção Nordestina, Ilhéus, Bahia, 2004 (WWW.uesc.br/editora);  Poemas escolhidos/Poesie scelte, tradução de Mirella Abriani para o italiano, Segundo Prêmio Internacional  de Literatura Maestrale Marengo d’Oro, Genova, Itália, Escrituras Editora, São Paulo, 2007; O Conto em Vinte e Cinco  Baianos, Editus, editora da UESC, Coleção Nordestina, Ilhéus, Bahia, 2009 (WWW.uesc.br/editora); Cancioneiro do Cacau, Editus, editora da UESC, 2ª. edição, 2016 (www.uesc.br/editora); “Histórias Dispersas de Adonias Filho, organização, notas e prefácio, Editus, editora da UESC, WWW.uesc.br/editora; A Casa Verde e Outros Poemas, Editus, editora da UESC, WWW.uesc.br/editora

sábado, 20 de outubro de 2018




Cyro de Mattos em Antologia
Poética que Homenageia
Universidade na Espanha


Lançada neste mês de outubro, durante o XXI Encontro de Poetas Iberoamericanos, em Salamanca, Espanha,  a antologia poética “Por ochos centurias”, organizada pelo poeta e tradutor Alfredo Pérez Alencart, incluiu o poema inédito  “A Uma Casa de Saber” , do poeta baiano Cyro de Mattos,  dedicado à Universidade de Salamanca.  Figuram também na obra, no elenco dos brasileiros,  os poetas Carlos Nejar, Reynaldo Valinho Alvarez, Astrid  Cabral, Álvaro Alves de Faria, Davi de Medeiros Leite, Paulo de Tarso Correia de Melo e Alíce Spindola.
A antologia, alentado volume de 600 páginas,  é uma publicação da EDIFSA, Editora da  Fundação Salamanca, Cidade de Saber e Cultura, e tem como objetivo homenagear as universidades de Salamanca e São Marcos de Lima, por seus oito séculos de atuação universitária. O livro tem capa do pintor espanhol Miguel Elias, reúne poetas de todos os países iberoamericanos, além de outros, como Israel, Itália, Romênía, Estados Unidos, Croácia, República Checa, Iraque, Alemanha e  Bulgaria, entre outros
Leia, a seguir, o poema de Cyro de Mattos,  dedicado à Universidade de Salamanca, aqui transcrito. -  A Uma Casa de Saber -    Há belezas e sonhos na morada/ Desse sol, que como o fogo arde/ Na palavra cheia de razões.// Safras do saber produzem/ As estações às esperanças./ O que pretendem dizer?// Espelho que me estende a aurora,/ O espírito do homem no elogio/ Dessa vontade em decifrar o ser.// Veste-me com os perfis desse jardim./ As nuvens ensinam-me que a chuva/ É o foi, o é e o será. //Tudo que é labor, / Coisa e forma entre o tempo e o vento./ / Juntamos as lições,/ ouvimos os anos /Com a sua paixão de linguagens.// Converso comigo e os outros/ Nos campos que guardam questões./ Podemos reconhecer um enigma,// A causa de como acontecemos,/ Na penosa mutação das vozes/ À previsão eterna de um hábito.// A exata música com que um dia/  Fray Luís de León ofertou-me/ A flor que se espraia a todo instante.

quarta-feira, 17 de outubro de 2018





O Goleador Tindola e O Goleiro Asclepíades

Crônica de Cyro de Mattos



O Janízaros era um dos times grandes do campeonato da Liga.  Um dos seus ídolos era o centroavante Tindola, apelidado de “Cabecinha de Ouro”, pelo cabeceio forte que sempre terminava em gol. Era um preto baixo, troncudo e musculoso. Fora responsável por vitórias maiúsculas do esquadrão azul e branco quando tudo parecia que estava perdido
Quando o Janízaros jogava contra o Flamengo, os desportistas na semana não falavam em outra coisa pela cidade que não fosse o duelo entre os dois grandes times do futebol amador da Liga.  Surgiam comentários sobre o duelo à parte entre o centroavante Tindola, o implacável goleador no cabeceio, e o arrojado goleiro Asclepíades, o que tinha punhos de ferro e peito de aço.
Asclepíades era um preto forte, de estatura baixa para jogar no gol, mas saltava como uma fera esfomeada  para com as mãos fechadas  socar a bola. Saía  muito bem do gol, nas bolas cruzadas da intermediária  ou nas que vinham do escanteio. Havia sido um dos heróis da seleção amadora da cidade, que se sagrou campeã  no Torneio Intermunicipal Governador Antonio Balbino, disputado no Estádio da Fonte Nova, em Salvador. Fechou o gol na última partida contra s seleção de Alagoinhas.
O centroavante Tindola não resistiu ao soco que lhe desferiu o furioso goleiro Asclepíades no final da partida, em disputa pelo título do campeonato.  Ali mesmo na pequena área caiu estrebuchando. Foi levado às pressas para o hospital da Santa Casa de Misericórdia. E lá por vários dias permaneceu em observação pelos médicos de plantão, até que acordou no oitavo, a custo de muitas injeções e massagens no peito.
Um enfermeiro comentou mais tarde  com um dos torcedores do Janízaros que o centroavante Tindola,  também exímio cabeleireiro, em sua tenda instalada no Beco do Fuxico,  teve febre alta, suando muito quando deu entrada no hospital.  O quadro era  muito preocupante. Foi levado para a unidade de terapia intensiva, sem perda de tempo.
Quando retornou de lá para o apartamento, depois de alguns dias conseguiu com dificuldade pronunciar as primeiras palavras.  No delírio dizia com a voz trêmula:
          - Eu te perdoo, Asclepíades, meu caro amigo... mas não faça mais isso comigo... ainda quero criar meus filhos...
  Quando perguntaram ao Asclepíades, se não estava preocupado com a situação do Tindola, que dera para falar bobagens com os clientes, depois que saiu do hospital e retomou seu ofício de  cabeleireiro caprichoso  e barbeiro de navalha hábil,  na tenda “Gol  Cabeça de Ouro”,   ele respondeu que não via nada de mais no que tinha acontecido.
Afirmou com o rosto sério:
- Futebol é pra homem!” -  acrescentando:  -  Atacante que se cuide. Cara feia do Tindola ou de outro jogador atrevido, metido a goleador no cabeceio, nunca me meteu medo.   
E, dando uma cusparada para o lado, com aquela cara feia que fazia quando partia para esmurrar a bola,  vinda na direção do atacante, em atenta posição para o cabeceio, finalizou:  
- Na pequena área, atacante saia da frente, a bola é minha!


segunda-feira, 1 de outubro de 2018




Academia de Letras da Bahia
promove seminário sobre obra
de João Carlos Teixeira Gomes




A Academia de Letras da Bahia promove nos dias 3 e 4 de outubro, em sua sede, na Avenida Joana Angélica, 198, Nazaré, em Salvador, o seminário “Entre Labirintos e Tesouros – a poética de João Carlos Teixeira Gomes”. Os debates versarão sobre a trajetória e a obra desse importante intelectual baiano, conhecido por sua atuação como jornalista, professor universitário e escritor. Gomes é também membro da Academia de Letras da Bahia  onde ocupa a cadeira número 15.
No primeiro dia do evento, a professora universitária  Antonia Herrera abordará o tema “ Na Encruzilhada do Fazer Poético – o Labirinto de Orpheu”. O tema “Joao Carlos Teixeira Gomes – O Mago dos Ventos” ficará por conta da escritora  Cassia Costa Lopes, enquanto o ensaísta Sandro Ornellas destacará “Aspectos da Critica de João Carlos Teixeira Gomes”. A mediação estará a cargo da Professora Doutora em Letras  Edilene Matos.
O segundo dia do seminário terá como tema “ A Geração Mapa – depoimentos e diálogos” e contará com a participação dos poetas Fernando da Rocha Peres, Florisvaldo Mattos e Kátia Borges como debatedores. A mediação será feita pela crítica e acadêmica Gerana Damulakis.
         Associando-se ao evento, patrocinado em boa hora pela Academia de Letras da Bahia, o poeta e escritor  Cyro de Mattos, em afetuosa homenagem, manifesta sua admiração pelo homenageado, ao escrever os versos singelos do  “Poemeto do Joca”,  que transcrevemos abaixo:

  Poemeto do Joca

João Carlos Teixeira Gomes,
Moço apelidado de Joca,
De tanto afeto que por ele temos,
Quem não sabe fique sabendo.

Eis que surge menestrel
No Colégio da Bahia,
Na Faculdade às voltas
Com o direito e as letras.

Eis o Joca jornalista
Arrojado, contundente.
É o ensaísta de Gregório,
Boca de fogo como ele.

Eis o Joca poeta grande, 
Nesses rincões da Bahia,
De gafanhoto domador,
Contemplativo da esfinge. 

De bom gosto sonetista,
Entre tesouro e labirinto,
Um dos melhores no Brasil.
Até mesmo em terra lusa.

Iluminado como sempre.