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quarta-feira, 28 de outubro de 2020

 

DESCAMINHOS. E DESRESPEITO A JOÃO CABRAL

 

                                     Ricardo Cravo Albin

 

“O essencial é saber ver. Saber sem estar a pensar. Mas isso (triste de nós que trazemos a alma vestida), isso exige um estudo profundo. Uma aprendizagem de desaprender” (J. Cabral de Mello Neto).

Não, não pretendo abrir meus espantos de hoje para exibir, mais uma vez, os descaminhos que a política externa do chanceler Ernesto Araújo percorre. Todos os eleitores que amamos do Brasil nos condoemos com a barafunda em que o folclórico Ministro projetou a Casa de Rio Branco.

Não, não quero me alongar sobre os disparatados jargões ideológicos (“globalismo”, “ocidentalismo”, etc., que ninguém compreende o que seja). Ou mesmo gírias das redes sociais (isentões???..., ninguém sabe o que é).

Não, sequer me animo a repudiar a pregação doutrinária que absorve a antes credibilizada Fundação Alexandre de Gusmão, agora cenário de delírios ideológicos de youtubers e twiteiros, instrumentos hoje de bajulações incabidas do Chanceler ao Presidente.

Não, tampouco me atrevo a imaginar fazer retornar o agora insepulto Barão do Rio Branco à austeridade de definidor das fronteiras do Brasil, o que pude comprovar na Escola Superior de Guerra, quando o aclamamos há poucos anos como um dos cinco inventores do Brasil.

Nossa possível sorte é que, acredito, tenha o Chefe da Nação um possível núcleo pensante para o Brasil: uma elite de generais bem formados em academias e até política externa (essa elite existe sim). Que poderá ajudar a tirar este país dos gravíssimos erros diplomáticos do Itamaraty, uma arapuca, somente admissíveis por gestões erráticas de Banana Republics, bem antiguinhas e caricaturais dos anos 40.

O bisonho Chanceler parece não se dar conta de que o jogo internacional praticado por adultos exige confidencialidade e artimanhas, sutilezas e discrição. Até silêncios.

Finalmente não tenho sequer coragem de abordar a última (e repelente) declaração pública do Chanceler – que parece usar fraldas e nunca ter ouvido falar do que seja a solenidade de um fraque – de que não vê problema em o Brasil se tornar pária internacional. Uma consequência imediata dos descaminhos sofridos por suas maluquices contra os interesses nacionais nesses últimos tempos. Embora ele será um pária sim. Mas a consagrada diplomacia brasileira hoje em declínio, jamais.

Fico a refletir como meus antigos colegas da Escola Superior de Guerra, inclusive intelectuais de procedências as mais diversas, estarão “a se por escarlates de vergonha”, como apregoava Eça de Queiroz ao se referir à asneiras cavalares de politiqueiros do século XIX.

Não, nada disso tudo esboçado acima, apenas esboçado, me movimenta a desabafar aqui. O que me estimula a bramir indignação agora é o desrespeito que Ernesto Araújo desferiu contra o poeta e diplomata João Cabral de Mello Neto, ao discursar na formatura dos novos integrantes da diplomacia pelo Instituto Rio Branco, que escolheram um dos mais altos brasileiros do século XX como seu patrono, exatamente João Cabral, acusado de militante comunista e inimigo do seu próprio país. Logo ele, a mais refinada flor de Pernambuco e de seus sertões profundos. Até de climatista (?) e de iluminista (?) Cabral foi batizado. Para incompreensão geral.

O insulto a um dos mais universais poetas do Brasil, tal como seu colega e amigo Vinicius de Moraes, agora consagrado pela nova encíclica do Papa Francisco, tirou os pés do meu chão. E me nocauteou, como a todos os escritores do país. Porque, se Vinicius foi citado pelo “Samba da Benção”, João Cabral poderia ser citado na mesma encíclica por “Morte e Vida Severina”, cujo poema musicado por um Chico Buarque de 20 anos exala solidariedade e aflição aos brasileiros despossuídos e com fome, em busca de um palmo de terra ao menos para enterrar seus restos mortais.

O insulto, na verdade, atinge à toda nossa literatura mais credenciada, estende-se a todas as gerações de diplomatas que se formaram pelo Instituto Rio Branco, e culmina na grosseria aos jovens diplomatas que o escolheram patrono da turma de 2020. Realço, contudo, que o exótico Chanceler de Fraldas perpetrou supremo insulto ao se autointitular poeta, apenas para desrespeitar João Cabral. Tudo, menos isso.

Eu fiquei amigo do escritor desde seu histórico depoimento para o Museu da Imagem e do Som em 1967. E pude comprovar quando hóspede dele no Consulado em Barcelona que Cabral andou a dois passos de ser Prêmio Nobel de Literatura. Indicado que foi também pelo fortíssimo prestígio da Espanha de Cervantes nos meios literários. Mas, em especial, por seus amigos-irmãos, os pintores Juan Miró, Tápies, Juan Ponç, bem como seu grupo Avant-Garde Dau Al Set, além do celebrado escritor catalão Juan Brossa.

“O amor comeu meu nome, meu retrato / O amor comeu meus cartões de visita... / O amor comeu meus remédios, meu inverno, meu verão / Comeu meus silêncios, minha dor de cabeça / O meu medo da morte...”. (J. Cabral de Mello Neto).

 

Ricardo Cravo Albin é presidente do Pen Clube do Brasil, crítico de música e cronista.

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

 

                   Carnaval e Literatura Infantil

 

                                                     Elias José

 

            Não sei se os leitores já repararam, mas o Carnaval nunca foi tema explorado em literatura para crianças. O futebol aparece, mais raramente do que deveria, mas aparece. Agora me surpreendo com um livro novo do baiano de Itabuna, Cyro de Mattos, que sempre nos surpreende com novidades literárias, feitas com paixão, competência e talento. O Menino e O Trio Elétrico é a história de Chapinha, que vendia amendoim e adorava carnaval. Ele morria de vontade de ir atrás do trio elétrico, com abadá, quase impossível de ser adquirido pelo pobre, a animação e alegria que não perguntam por classe social. Sonha sair dançando e cantando com os seus artistas preferidos, divertindo-se com o seu povo. Curiosamente, Chapinha vendia amendoim, e isto é outra surpresa. Na nossa imaculada literatura para crianças é quase proibido, é politicamente incorreto falar do trabalho de crianças, como se isto não fosse problema brasileiro, de norte a sul. Um tema que merece inclusive melhor discussão por parte de nossa sociedade e pede a criação de muitas escolas profissionais. Mas isto é assunto para outro dia. Agora, eu quero é acompanhar Chapinha, menino negro e esperto, em sua luta pela sobrevivência diária e pelo seu sonho de carnavalesco.

            Para dar mais realismo e, ao mesmo tempo, mais fantasia à história de seu herói, Cyro de Mattos levanta o roteiro carnavalesco dando nomes de ruas e trios que por elas passam. Coloca na rua, isto é, no seu livro, os mais famosos trios elétricos de Salvador, com os seus ídolos cantores puxando o ritmo, acompanhados pelos muitos músicos competentes e pelo maior coro da terra. O coro dos foliões de todo o país e até do exterior. Se o ritmo contagiante e a alegria chegam até o leitor, acompanhados das cores alegres da festa mais popular da Bahia, imaginem como acontece no imaginário e nos sonhos daquele menino louco por carnaval. Daquele menino dono de todas aquelas ruas. Como um menino pode ficar indiferente diante de uma festa popular e tão nossa, que está dentro de nós através de tantas heranças culturais? Como não torcermos para que esse menino Chapinha consiga realizar os seus sonhos, tornando-se mais um no bloco, ou melhor, no trio elétrico? Se ele conseguirá ou não, o autor em depoimento não quis revelar na última capa do livro. E não serei eu que vou quebrar o prazer da descoberta pelo leitor, seja ela alegre ou triste. Se o final for triste, deveremos perdoar o autor, pois nem tudo tem que dar certo, assim a vida nos ensina no dia-a-dia. Se o final for um carnaval daqueles de não se esquecer nunca, a melhor saída do leitor é fechar o livro após o final e, imaginariamente, entrar também num trio elétrico, com toda euforia, energia e alegria exigidas.

            Para concluir, devo dizer que o tema carnaval, em literatura infantil, pode e deve dar samba. Todo mundo sabe que o samba da Bahia é mais axé, feito para pular, curtir, e não para ouvir em casa.  Todo mundo sabe que os sambas de enredo do Rio de Janeiro são todos iguais e quase sempre chatos, válidos apenas enquanto belas escolas desfilam. Axés e sambas de enredo duram aqueles poucos dias de carnaval, nem têm qualidade de música e letra para sobrevivência eterna, a não ser as raras exceções, como aconteceram com centenas de sambas e centenas de marchinhas em nosso cancioneiro popular. Mas ninguém pensa nisto na hora da folia, o assunto é bem outro. Cyro de Mattos não pretende discutir raízes culturais e carnaval, arte e massificação na história contagiante e deliciosa de Chapinha.

O que Cyro de Mattos mostra nessa história de um menino que tem dificuldades para levar a vida, vive numa casa acanhada com a mãe e vó Pequena, é a festa que move e comove, envolve e faz a gente acreditar na alegria. Alegria que pode ser de velhos, adultos, jovens, adolescentes e crianças. Em qualquer parte do Brasil, acontece a alegria do carnaval, mas não adianta discutir, em Salvador, Recife, Olinda e no Rio de Janeiro a vibração é diferente. Por ser uma festa tão cara à cultura brasileira, por que o carnaval ficar distante das obras de arte voltadas para o público infantil?  

 

 

* Elias José é mineiro de Guaxupé. Contista, romancista e autor de mais de 50 livros para meninos e jovens. Ganhou inúmeros prêmios, como o Jabuti, Fundação Educacional do Estado do Paraná (FUNDEPAR) e o Odylo Costa Filho, da Fundação de Literatura Infantil e Juvenil. Publicou, entre outros, “Viagem ao Fundo do poço”, contos, “Inventário do Inútil”, romance, “Lua no Brejo”, juvenil, e “Um Pouco de Tudo”, infantil. 

 

** O menino e o trio elétrico, Cyro de Mattos, Prêmio da União Brasileira de Escritores (Rio de Janeiro), Atual Editora, São Paulo, 2007.

 

 

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

 

                 Cyro de Mattos Vai Receber

                 Medalha Zumbi dos Palmares

 

          O escritor e poeta Cyro de Mattos vai ser distinguido pela Câmara de Vereadores de Salvador com a Medalha Zumbi dos Palmares, em sessão virtual que será realizada no próximo dia 3 de outubro, às 19 horas. O projeto de outorga da Medalha Zumbi dos Palmares ao escritor baiano é de autoria do jurista e vereador Edvaldo Brito, que é membro da Academia de Letras da Bahia.  

       Autor premiado, Cyro de Mattos pertence a instituições culturais importantes, e, entre elas, a Academia de Letras da Bahia e o Pen Clube do Brasil. Tem no seu currículo um enorme acervo literário, com cerca de 50 livros publicados, de vários gêneros, além de ser também editado em Portugal, Espanha, França, Itália e Alemanha. Um dos temas de seus livros é a da valorização do negro com a sua cultura e valores, suas tradições e modos de ser na vida, os quais até hoje vêm sendo alvo da injustiça, preconceito e violência.

        Além de contos, poemas e crônicas que tratam das questões do negro em vários de seus livros, de sua obra destacam-se a narrativa Natal das Crianças Negras, em seis idiomas, editada também na Itália pela Editora Aracne, a história infantojuvenil O Menino e o Trio Elétrico, Prêmio da União Brasileira de Escritores (RJ), também publicada em Milão pela Editora Romar, na tradução da poeta Mirella Abriani, assistente cultural da Casa de Verdi, e Poemas de Terreiro e Orixás, das Edições Mazza, casa especializada na publicação de livros com assuntos do negro.

 

terça-feira, 20 de outubro de 2020

 

                                 Nada Era Pior

                                      Cyro de Mattos 

 

 Não existia nada pior no mundo do que tomar remédio de óleo de rícino. Como outros meninos lá da rua, todos os anos tinha de beber um copo com aquela droga de remédio, que dava enjoo quando descia na garganta. O cheiro do remédio  no copo cheio provocava um frio no corpo todo, de tal forma era o medo quando pensava que tinha de beber outra vez aquele purgante pior do que o pior dos castigos. Não havia menino lá da rua que tivesse tomado aquela coisa pastosa e dissesse  ser aquilo algo que se podia enfrentar sem fazer cara feia. A melhor coisa que se fazia quando fosse tomar aquele troço era fechar os olhos e pedir que  ele descesse rápido pela garganta.

Disse  que daquela vez não tomaria o remédio. Arranjasse minha mãe outro tipo de remédio para combater as lombrigas na barriga. Ela advertiu que a vida era feita também de momentos nem sempre bons. O remédio ia matar todas as lombrigas da barriga. Se tomasse o purgante de óleo de rícino, ao invés  daquela palidez no rosto, eu ia ficar corado. Meu apetite voltaria. Bem alimentado iria crescer como um menino sadio. Afastaria assim minha indiferença para fazer os deveres da escola. Para não falar no fôlego que ia ter no jogo de bola ou em qualquer brincadeira que exigisse esforço. Ia ser o mais veloz nadador no rio Cachoeira, entre todos os meninos lá da rua.

Não adiantava minha mãe argumentar para encorajar-me a beber o purgante terrível, que deixava qualquer menino assustado só em ouvir falar nele. Preferia ficar pálido, magro com pele e osso. Sem o fôlego e vontade de correr no jogo de bola quando a partida fosse disputada, o placar desfavorável para a minha equipe, já em boa parte do segundo tempo. Era melhor passar como jogador desinteressado do resultado sendo desfavorável ao meu time do que beber aquela droga com gosto de óleo, cheiro horrível, que dava tontura no corpo, fazendo as vistas ficarem turvas quando chegava a hora de bebê-la. Gritei, esperneei, esmurrei a porta. Derrubei a cadeira, chutei o travesseiro, quis rasgar o lençol da cama. Chorei forte para que o mundo todo ouvisse., cerrei os dentes para que não entrasse uma gota daquela droga em minha boca.

Meu pai foi chamado para interferir e convencer-me de que o remédio era para fazer bem à minha saúde. Ele não era homem de muita conversa nessas horas. Com o cinturão grosso preso na mão, advertia que me dava cinco minutos para beber o purgante  de óleo de rícino para matar os vermes na barriga, se não quisesse provar de outro remédio ali mesmo. Uma boa surra com o cinturão grosso. E ainda ficar sem ir à matinê do Cine Itabuna no domingo para assistir ao filme “O Pirata dos Sete Mares”, estrelado por Paul Henreid, um dos meus ídolos. O jeito foi chamar por Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, minha madrinha, para que me encorajasse para beber aquela porqueira. Livrasse-me daquele castigo e fizesse com que eu não sentisse nada quando o remédio entrasse na boca, descesse lento na garganta como um bolo de pasta repelente e fosse se alojar lá dentro na barriga.

Costumava beber o remédio de madrugada, em jejum, O efeito já era visto durante o dia.  Expelidas da barriga, as lombrigas iam descendo mortas pelo vaso sanitário. Não sabia como era que aquelas iscas grandes nasciam e se criavam dentro de minha barriga. Minha mãe não deixava de ter suas razões quando insistia para que eu bebesse o purgante com óleo de rícino, se não quisesse que acontecesse comigo o que se passou com o filho do dono da venda.

Carlito Caburé nunca quis tomar a droga daquele remédio para combater os vermes que estavam engordando dentro da barriga dele. Ele já estava com a cor tão pálida que parecia não ter sangue no rosto. Os braços e as pernas pareciam que não tinham carne, de tão murcha. Não morreu por um triz. O pai teve de amarrar os braços dele .na cabeceira da cama enquanto a mãe enfiava de vez na boca dele o gargalo da garrafa de guaraná com o óleo de rícino. Quando ele acabou de beber o remédio, esbravejou, xingava  a Deus e o mundo.

Meu resguardo demorava três dias após tomar o remédio de óleo de rícino. A comida agora era leve.  Nada de comida oleosa, com fritura, ensopado de carne ou galinha. Nem peixe com dendê. Era somente chá com torradas na refeição matinal.  Canja de galinha no almoço. De novo chá com torradas na refeição do jantar. Sobremesa com doce nem implorasse., minha mãe tinha todo o cuidado em minha alimentação especial, para que assim o remédio tivesse um efeito rápido. Minha refeição devia ser leve para que o purgante fizesse uma lavagem rigorosa em minhas tripas. Qualquer comida gordurosa poderia alimentar e fortalecer algumas lombrigas, que tivessem resistido ao purgante. Se isso acontecesse, o remédio de óleo de rícino teria um efeito fraco e, fatalmente, devia ser repetido.

Da última vez que bebi aquela nojeira, com a cara feia de sempre, minha mãe presenteou-me com um ioiô. Enquanto durava o resguardo, ficava agora o tempo todo em pé, na beira da cama, jogando o ioiô  para lá e para cá. Exercitava-me fazendo malabarismos com o ioiô no quarto. Treinava de manhã, à tarde e antes de dormir. Preparava-me assim para enfrentar Ney Gaguinho, o filho do vizinho, que morava no sobrado ao lado, Naquela brincadeira de jogar o ioiô, ele fazia malabarismos inacreditáveis. Quando lançava o ioiô, puxando-o rápido pelo cordão, deixava de boca aberta quem estivesse assistindo.

Depois que eu recebi alta, comecei aos poucos a me alimentar com as comidas que mais gostava: ensopado com carne de carneiro, galinha ao molho pardo, carne-de-sol fritada, doce de batata-doce na sobremesa. Aí um dia chamei o Ney Gaguinho para jogar ioiô comigo, para ver quem era melhor para fazer malabarismos com o brinquedo. Dessa vez foi ele quem ficou espantado com os malabarismos que eu fazia. Deixava que o ioiô fosse para qualquer direção, puxando-o em seguida pelo cordão com habilidade e ligeireza. A facilidade que demonstrava em fazer os mais incríveis malabarismos com o ioiô arrancava agora aplausos demorados dos amigos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

 

            Poema “Ilhéus” de Cyro de Mattos

            Participa de Livro Didático da Ática 

 

          A Editora Ática incluiu na obra didática Linguagens e Suas Tecnologias- Meio Ambiente o poema “Ilhéus”, de Cyro de Mattos, soneto que faz parte  do livro  Cancioneiro do Cacau, segunda edição, Editus, editora da UESC, que deu ao autor o Prêmio Nacional de Poesia Ribeiro Couto da União Brasileira de Escritores – Rio e  Segundo Lugar no Prêmio Internacional de Literatura Maestrale Marengo d’Oro, Genova, Itália.

    A obra Linguagens e Suas Tecnologias – Meio Ambiente tem a tiragem de dez mil exemplares e foi elaborada por uma equipe de professores especializados e, entre eles, os pedagogos Alexandre Faccioli e Bruna Denise  Garófalo de Souza.  Autor de vasta obra, de diversos gêneros, os contos e poemas de Cyro de Mattos estão inclusos em dezenas de antologia, no Brasil e exterior.

      Leiam o soneto inspirado em Ilhéus: Chegando de surpresas pela praia, / Navegava meu barco nos teus mares,/ Ao vento triunfavam jubas brancas, / De peixes multicores a enseada // Ofertava-me prata pelas ondas, / Cantigas de sereia no meu peito,/ Nos meus olhos raras águas-marinhas, / Soltos meus cabelos em verde brisa. // Ao teu porto, hoje, capitão retorno, / Entre naufrágios e quilhas suicidas, / De vagas sei com tigres ressentidos. // Nas dunas não me importam os encalhes, /Busco-te arquipélago nas espumas/ Na força do amor todo azul navego.