Páginas

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

 

CYRO DE MATTOS DOA MAIS DE 700 EXEMPLARES DE SUA OBRA À FUNDAÇÃO PEDRO CALMON


Autor de 80 livros, Cyro de Mattos é ficcionista, poeta, ensaísta, cronista e autor de literatura infantojuvenil. Editado em Portugal, Itália, França, Espanha, Alemanha e Estados Unidos, o escritor baiano doou 738 exemplares, de diversos gêneros da sua obra, à Fundação Pedro Calmon (FPC/SecultBa). Membro efetivo da Academia de Letras da BahiaInstituto Geográfico e Histórico da BahiaPen Clube do Brasil e primeiro Doutor Honoris Causa da Universidade Estadual de Santa Cruz, Cyro de Mattos conversou com o #FPCEntrevista para falar sobre a importância da leitura em todo o estado.


 Foto: GETEC/FPC

#FPCEntrevista - Qual a importância desta doação à Fundação Pedro Calmon?

O livro é escrito para ser lido, quando então ele se completa em cumplicidade com o leitor, que se descobre nele com o mundo. Há o caso do genial Kafka, que confiou seus manuscritos ao amigo Max Brod, pedindo para que fossem queimados após sua morte. Ainda bem que seu amigo não seguiu o desejo do genial cronista do absurdo. Com a fabulosa obra do autor checo publicada, a humanidade tomou conhecimento de um legado extraordinário, que expressa a fixação do mal no herói em crise, em estado de agonia permanente, sem saída no ilógico da vida. No meu caso, longe da genialidade de Kafka, a doação que faço de exemplares de minha obra é para que ela tenha chance de ser mais conhecida e ao mesmo tempo contemple aos leitores que não têm poder aquisitivo para comprar um livro de literatura, de prosa, poesia e ensaio.


 #FPCEntrevista - Qual o impacto se espera em ter sua obra distribuída em todo o Estado?

 Sobre o livro, o Padre Antônio Vieira disse que se trata de um morto, mas que fala, escuta e vê. Mora na biblioteca pública ou privada. Na pública terá a chance de cumprir sua função de forma abrangente, já que nessa morada tradicional será mais lido, estudado e investigado. Daí, achei oportuno fazer a doação desses exemplares à Fundação Pedro Calmon. Eu ganhei esses livros agora doados como pagamento de meus direitos autorais de editoras pequenas, que publicam com pequenas tiragens, como a Mondrongo e Via Litterarum, em Itabuna, a LGE em Brasília, a Penalux em São Paulo, e de outras sem finalidades lucrativas, como a EDITUS, Editora da Universidade Estadual de Santa Cruz, e a EDUEM, Editora da Universidade Estadual de Maringá, no Paraná. Esses livros doados estavam estagnados, encaixotados. Eles irão agora para os espaços de leitura do Estado para que cumpram a função necessária para a qual foram destinados: a leitura. A sua distribuição pela Fundação Pedro Calmon em todo o Estado é para mim uma contribuição valiosa à expansão do conhecimento de minha obra, uma vez que como autor baiano poderei ser mais lido nos espaços de cultura da nossa Bahia. E ao mesmo tempo o leitor sem poder aquisitivo passa a ter um caminho oportuno para chegar até o livro. É uma oportunidade que ele vai ter para satisfazer seu desejo de conhecer o autor e sua obra. Assim todos ganham, o autor, o público leitor e a Fundação Pedro Calmon.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário