Em seu último livro, o romance “A Vida Pregressa de WQ”, Ricardo Cruz, médico em Salvador, escritor baiano que passou a adolescência em Itabuna, aborda temas como tráfico de drogas e armas, retratando o Brasil de nossos dias e servindo não apenas como leitura atual, mas, no futuro, aos pesquisadores que se interessem em refazer nossa época turbulenta.
“A Vida Pregressa de WQ” se desenrola a partir da queda de um pequeno avião executivo na floresta amazônica e todos os passageiros morrem, menos um. No hospital, o sobrevivente, pistoleiro profissional e ex-membro da polícia civil do Rio de Janeiro, conta sua história a um interlocutor não identificado, o leitor, que, no final é quem irá desvendar toda a trama narrada. WQ, na tentativa de projetar-se como um dos “pilares morais” da sociedade grapiúna, depois de graves acontecimentos que protagoniza, vai dedicar-se a todo tipo de mutreta, entre as quais o contrabando de drogas da Colômbia, de armas do Paraguai: o avião em que vinha de lá trazia justamente isso, drogas e armas para abastecer traficantes cariocas, paulistas, baianos, quem mais der. Ricardo Cruz é psicanalista, autor de 4 livros de contos e participou, nesta modalidade, de várias antologias nacionais e uma estrangeira. Publicou crônicas e contos nos jornais A TARDE, DIÁRIO DE NOTÍCIAS E TRIBUNA DA BAHIA e nas revistas: REVISTA DA BAHIA e QUINTO IMPÉRIO (Revista de Cultura e Literaturas da Língua Portuguesa). É de sua autoria o romance A Vingança de Xangô.
O que os autores Marcos Santarrita, Cyro de Mattos e Hélio Pólvora falam sobre Ricardo Cruz:
Hélio Pólvora, (ficcionista, crítico literário, ensaísta e membro da Academia de Letras da Bahia), escreve sobre o livro de contos Roteiro para uma Tempestade: “Escritor quase veterano, portanto, e que escreve devagar, preocupado com a qualidade e sem querer forçar os favores da mídia, conquistou com recursos exclusivamente literários um lugar de relevo na contística baiana.” Sobre A Vingança de Xangô, escreve escritor Marcos Santarrita (autor, dentre outras obras, dos romances: A Juventude Passa, Lady Luana Savage, e Mares do Sul, Ed. Record; é ainda tradutor, colunista e crítico literário do Jornal do Brasil e da Folha de São Paulo): “Ricardo tece sua trama com o encantatório talento do verdadeiro contador de histórias, adequando a linguagem ao tema nos volteios e ritmos barrocos da frase, e adotando um estilo platônico de narrativa para extrair da mente do leitor as conclusões”. Depoimento de Cyro de Mattos (Contista, poeta, cronista, ensaísta e autor de livros infantis, baiano, possuidor de 50 prêmios literários), sobre Ricardo Cruz: “Ricardo Cruz pertenceu à Geração Revista da Bahia, juntamente com Ildásio Tavares, Marcos Santarrita, Nancif Ganem, Olney São Paulo, Fernando Batinga, Cyro de Mattos e outros. Sempre foi sóbrio, nunca se preocupou com a estrada do outro e até hoje se mantém fora da guerra acirrada das letras. Estreou com “Roteiro para uma Tempestade”, de boa repercussão nos meios literários baianos. Além de estar presente em antologias na Bahia, seu conto “O Réprobo” participa de coletânea publicada na Rússia, de ficcionistas importantes da América Latina, como Julio Córtazar, Mário Benedeti, Rosário Castellanos e René Marques. Há tempos conseguiu ocupar seu espaço como ficcionista de qualidade no panorama das letras baianas. Tensos na trama de teor dramático, do erótico às relações cúmplices do cotidiano, seus personagens transmitem infortúnios, absurdos e solidões, que só um autor talentoso e experiente consegue retransmitir.” |
terça-feira, 7 de outubro de 2014
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