Drummond Permanente
Cyro
de Mattos
Em meu
ouvido um pássaro
nos
instantes de tudo canta
teu
diálogo com o mundo
como
oferendas do amor.
Quantas
vezes solitário
não
mundo solidário me tens?
Por
entre gestos cotidianos
dos
eventos nesta rosa emergem
teus acentos
feitos de espantos.
Ora
canto do homem do povo,
ora
aquele quadro na parede,
sinais,
expressões do tempo,
fome
de situações patéticas.
Vejam
isto, dizendo que tropeço
numa
pedra no meio do caminho.
Ó de
Itabira, se bem procuro,
afinal
termino encontrando
não a
explicação (relativa)
da
vida, apenas a beleza,
sem
explicação, da poesia.
Submeto-me
nesse dilema
que me
fere com os passos
do
vento na hora do enigma
deixando
que eu vá inquieto.
Nas
contradições e dúvidas
entre
o efêmero à margem
sei da
vida que não é vã,
tua
lírica em nós perdura
no
verbo com engenho e arte
esse
cheiro de cada manhã.
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