Considerado um dos mais importantes escritores do
século 20, o colombiano Gabriel García
Márquez morreu na quinta-feira
última, 17 de maio, aos 87 anos, na cidade do México, vítima de
um câncer nos rins. Seu corpo foi cremado em uma cerimônia privada e restrita à
família. Metade das cinzas ficou com o
México, a outra com a Colômbia, Gabriel
Garcia Márquez, chamado de Gabo pelos amigos, nasceu no dia 6 de março de 1928
na aldeia de Aracataca, na Colômbia, não muito distante de Barranquilla.
García
Márquez ganhou sucesso internacional após a publicação do romance "Cem
anos de solidão", em 1967. Para o grande romancista peruano Maria
Vargas Llosa, o livro foi considerado o maior acontecimento da novela depois de
“Dom Quixote”, de Cervantes. Exemplo máximo do realismo fantástico – gênero
característico do boom latino-americano da segunda metade do século XX –,
"Cem anos de solidão" se passa na fictícia aldeia de Macondo e
acompanha, ao longo de gerações, a saga da família Buendía.
Dalton
Trevisan, um dos mais importantes autores brasileiros no século XX, não conteve seu entusiasmo ao ler “Cem anos
de solidão”, chegando a afirmar que o Brasil merecia um romancista como Gabriel
Garcia Márquez. A obra-prima de García Márquez
vendeu, até hoje, mais de 50 milhões de exemplares. Foi traduzido para
35 idiomas. Enquanto isso, entre os títulos mais conhecidos do autor de “Cem anos
de solidão”, estão ainda "A
incrível e triste história de Cândida Erêndira e sua avó desalmada",
"O outono do patriarca", "Crônica de uma morte anunciada",
"O amor nos tempos do cólera", "Do amor e outros demônios",
"Memórias de minhas putas tristes", “Ninguém escreve ao coronel”, “O
Veneno da Madrugada” e “Olhos de cão azul”.
Sobre
“O amor nos tempos do cólera”, Garcia Márquez comentou ter sido a época em que
foi quase completamente feliz. “Gostaria que minha vida fosse como naqueles
anos em que escrevi 'O amor nos tempos do cólera'", afirmou ao “New York
Times”, três anos após a publicação do romance. Nesta obra, o autor resgata a verdadeira história da
paixão de seu pai, também Gabriel, por Luiza, sua mãe. O pai dela não aceitava a relação e conspirava contra a
união. No romance, o casal se chama Florentino e Fermina. "Todas essas
coisas para mim são parte da nostalgia. Nostalgia é uma fonte incrível para
inspiração literária e para inspiração poética”, observou na mesma entrevista
ao “New York Times".
Além
de romancista, Garcia Márquez é contista
e novelista de fatura exemplar. Imaginação fecunda e narrativa fluente são
marcas definitivas no comportamento de sua escrita. Tem inúmeros contos que
participam em importantes antologias internacionais do gênero. Certa vez
declarou que suas influências são Virgínia Woolf. Ernest Hemingway, “As mil e
uma noites” e seu pai. É dele a frase de que é fácil lembrar quando se tem a
memória. Difícil é esquecer quando se tem o coração.
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