O Goleiro Leleleta e Outras Fascinantes Histórias de Futebol
O livro O Goleiro Leleta e Outras Fascinantes
Histórias de Futebol deu-me em 2002
o Prêmio Hors Concours da União Brasileira de Escritores, seção do Rio
de Janeiro. Mas o melhor prêmio tem sido as várias edições que o livro vem
tendo pela Editora Saraiva, de lá para cá. Chegou ao ponto da UOL anunciar que
foi um dos livros mais vendido para
crianças nas livrarias brasileiras, ao lado de Harry Porter, o que me deu um
susto tremendo.
A paixão que grande
parte do povo brasileiro tem pelo futebol está presente nas histórias “O Bahia
contra o Brasil”, “O Goleiro Galalau”, ‘O Dia em que Vi Garrincha Jogar’ e ‘O
Goleiro Leleta’, que formam o livro O Goleiro Leleta e Outras Fascinantes
Histórias de Futebol. A emoção que o autor teve quando menino, em Itabuna, no sul da Bahia, cidade onde nasceu, com
os queridos amigos nos jogos de futebol,
disputados nos campinhos espalhados pelas
ruas e margem do rio, aparece nestas
histórias, que também mostram lances incomuns, como o da bola chutada forte,
que cai no rio, é levada pela correnteza
e torna impossível o final da partida.
E mais: o juiz que é padre, apita o jogo de batina e dá uns tiros para o alto quando sua mãe é ofendida com
palavrão da torcida; o goleiro com lombrigas que passa mal embaixo da
trave e
o lance inacreditável com o
garoto que entra no segundo tempo do jogo e, no final, dribla a defesa inteira
para fazer o gol da vitória de seu time contra o tradicional rival.
A admiração pelo drible
genial, a transformação de garotos desconhecidos em heróis fugazes em jogos disputadíssimos no campinho de grama
maltratada, o goleiro que joga a última partida
do seu time no campeonato, sabendo que seu pai, que era o diretor, o roupeiro,
o massagista e o técnico, não pode
comparecer porque está sendo velado e, assim,
não teria a imensa alegria de ver o filho defender o pênalti,
que daria o primeiro campeonato à agremiação do
Burburinho do Paraiso. Tudo isso dá cores a essas histórias que
acontecem no apaixonante mundo do futebol, três delas com as marcas de uma inesquecível infância,
tendo como personagens craques que jogam
com os pés descalços, quando o jogo é entre os meninos,
ou de chuteira, meia, calção e camisa vistosa quando a partida é disputada no
velho e acanhado Campo da Desportiva, ou
até mesmo em outra praça extraída do imaginário popular.
Quando era dia de
clássico, não se tratava de um clássico qualquer. Era partida para entrar na
história. Mais uma na história do futebol. O time da Rua do Quartel Velho, que
era assim chamada a Rui Barbosa, onde eu morava, jogava contra o time da rua de
cima, a Duque de Caxias.
Procurei cativar o
leitor com estilo simples, ágil, modéstia à parte, e, ao mesmo
tempo, resgatar certos jargões da gíria futebolística. Sem querer, mas querendo, fazer propaganda do
livro, digo que ofereço agora ao leitor
momentos de prazer e encanto da bola
rolando nos pés de heróis anônimos ou consagrados, naquele jogo bem brasileiro, que de tanta
paixão transpira, inspira e faz a alegria da galera.
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