POETAS DOS ANOS 30
Fernando Py
É bom iniciar o Ano Novo falando de vários poetas, como os que aparecem
no livro Poetas dos anos 30 (Brasília:
Thesaurus/ANE, 2016; org. de Joanyr de Oliveira; apresentação de Fabio de Sousa
Coutinho). Na Introdução da coletânea, o poeta Joanyr de Oliveira (1933-2009)
destaca principalmente os mais de sessenta poetas arrolados, todos nascidos
entre 1930 e 1939, e afirma que estão representados no volume poetas de todas
as regiões brasileiras, com maioria bastante expressiva do Sudeste – Minas
Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. Ademais, Joanyr explica:
“Motivos alheios aos propósitos do antologista impossibilitaram a inclusão de
outros autores (…).” e cita os nomes dos principais, destacando, entre outros,
Adélia Prado, Armindo Trevisan, Mauro Gama, Teresinka Pereira e Ymah Théres.
Dentre eles, alguns já eram falecidos: Lélia Coelho Frota, Mário Chamie,
Sebastião Uchoa Leite e Samuel Penido, p. ex., o que dificultou e impediu o seu
aproveitamento.
De todo modo, a coleta é bem expressiva: além de Joanyr de Oliveira,
estão presentes quase trinta nomes importantes para a nossa poesia: Affonso Romano
de Sant’Anna, Alberto da Costa e Silva, Anderson Braga Horta, Astrid Cabral,
Carlos Nejar, Cyro de Mattos, Fernando Mendes Vianna (1933-2006), Ferreira
Gullar (1930-2016), Florisvaldo Mattos, Francisco Marcelo Cabral (1930-2014),
Gilberto Mendonça Teles, Hilda Hilst (1930-2004), Ivan Junqueira (1934-2014),
Jorge Tufic, José Jeronymo Rivera, Lina Tâmega Peixoto, Lupe Cotrim Garaude
(1933-1970), Mário Faustino (1930-1962), Marly de Oliveira (1935-2007), Miguel
Jorge, Nauro Machado (1935-2015), Octávio Mora (1933-2012), Olga Savary, Renata
Pallottini, Reynaldo Valinho Alvarez, Sânzio de Azevedo e Walmir Ayala
(1933-1991). Como vêem, muitos deles, alguns amigos meus, já desertaram.
Esta seção não comenta aqui o valor e a excelência da obra destes
poetas, porém é imperioso reparar que se trata de uma seleção que atende,
precipuamente, ao gosto pessoal do organizador e que, assim, poderia acolher
outros nomes. De todo modo, é uma antologia exemplar, valiosa não apenas para o
estudioso da literatura brasileira, mas para qualquer amante da boa poesia.
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Fernando Py é ensaísta, tradutor e poeta, Mantém uma coluna literária no “Diário de
Petrópolis”, Rio.
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