A
Perda do Joca
Cyro de Mattos
Acordo assustado com a
notícia desagradável de que a Bahia perde
o jornalista e escritor João Carlos Teixeira Gomes. Jornalista
combativo, conhecido como o pena de aço,
sonetista dos melhores, ensaísta exemplar, contista brilhante, torcedor
apaixonado do Bahia. Membro da Academia de Letras da Bahia, efetivo e eficiente. Um bom amigo, nosso contemporâneo desde os idos de 1955, no Colégio da Bahia (Central), passando pela
Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, no período compreendido entre 1958 a
1962, ao longo de militância cultural por mais de
sessenta anos.
A Bahia perde um grande homem, os de sua
geração um enorme companheiro, inteligente e solidário. Em Agudo Mundo, livro inédito, presto uma
modesta homenagem a esse escritor
singular de pluralidades significativas, talento soberbo, com o “Poema do Joca”, como assim era chamado pela voz carinhosa dos amigos.
Abaixo
transcrevo poema, que com prazer lhe dedico, mas que nos seus versos agora me deixa saudoso e triste.
Poema
do Joca
João
Carlos Teixeira Gomes,
moço
apelidado de Joca,
De
tanto afeto que por ele temos,
quem
não sabe fique sabendo.
Eis
que surge menestrel
no
Colégio da Bahia,
na
Faculdade às voltas
com
o direito e as letras.
Eis
o Joca jornalista
arrojado,
contundente.
é
o ensaísta de Gregório,
boca
de fogo como ele.
Eis
o Joca poeta grande,
nesses
rincões da Bahia,
de
gafanhoto domador,
contemplativo
da esfinge.
De
bom gosto sonetista,
entre
tesouro e labirinto,
um
dos melhores no Brasil.
Até
mesmo em terra lusa.
O
conhecido Pena de Aço,
não
há outro que o iguale,
estremece
o poderoso,
iluminado
como sempre.
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