Outros Poemas de Natal
Cyro de Matto
É Natal!
Do céu dos céus
Uma estrela
Que anuncia
Só amores
Para iluminar
As pobrezas
Dessa terra.
Na manjedoura
Ondas embalam
O menino no berço
Feito de palha.
Cantam os anjos,
Tocam os pastores
Suas doces flautas.
Os reis magos
Estão sorrindo
De pura alegria.
Numa manjedoura
O
bem afugenta o mal.
Os sinos tocam:
É
Natal! É Natal!
O
Pinheiro
Antes triste,
no canto,
Só que de
repente
Como por
encanto
Aparece
iluminado
Com
estrelinhas do céu,
Não mais que
de repente
Todo aceso de
Deus.
Manjedoura
O que mais
encanta
É nascer o
menino
Na poeira desse
chão
Onde os bichos
andam
E até hoje
esse menino
Com sua luz
suave
Semear grãos
azuis
De amor e de
paz
Na manjedoura
dos ares.
Árvore de Natal
Esse pequeno cofre
Para o papai Onofre,
Esse quadro com flores
Para a mamãe Dolores,
Esse cachimbo dourado
Para o vô Clodoaldo,
Essa coberta branquinha
Para a vó Vitorinha,
Essa camisa de linho
Para o tio Bernardinho,
Essa boneca que chora
Para a maninha Eudora,
Esse pião e o tambor
Para o meu primo Dodô.
Quem quiser a flautinha
Nem espere que é minha1
O Amanhecer
Para Firmino Rocha,
em memória
A estrela desponta,
A nuvem se descobre,
O galo clarineta
E anuncia que em Belém
O menino já chegou
Na manhã mais bela.
A boa notícia corre
No fiozinho do rio
Que da montanha desce.
Segue no vento leve
Que sopra a flor sozinha
Na plantinha do brejo.
Vem com a borboleta
Que pousa na roseira
E fica brincando
Com os raios de sol.
Uma Oração Pequena
Pelo
Papai Noel
Que só aparece
Na televisão.
Pelo
Riozinho
De minha
cidade
Cada vez pior
Com os
despejos.
Pelo
Menino
Que na seca
Fez com os
ossos
Do cachorro
Um carro
De brinquedo.
Pela
Professora
Que mal tem
salário
Mas ensina
Um mundo.
Menino Jesus
Seja
bem-vindo!
Esse Menino Jesus
Com o seu
jeito
Amigo de dizer
Que pra vencer
O egoísmo
Dessa guerra
De cada um
Pensando em si
Basta querer
Sair por aí
De mãos dadas
E como criança
Espalhar
Num instante
Só ternura
Nessa terra.
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