Poema na Semana Santa
Cyro
de Mattos
Tudo
é roxo e ofensa e perdão.
A
tristeza está nos ares,
já
anda pelas veredas
e
no perfume dos caminhos.
No
ocaso da saudade ao longe,
na
flor do cacau que é espinho.
E
chega à igreja a procissão.
Tudo
é clamor e cruz e paixão
porque
uma coroa sensitiva
instalou-se
em Itabuna
com
fadiga e sede e fome
e
escorre suas dores
pelas
pedras cor de vinho.
Mas
no sábado tudo é verde
e
claro sem o roxo e o espinho.
Os
sinos repicam na cidade
e
um dia novo está nas galhas,
no
coro de milhões de passarinhos.
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