Dentro das Letras
Cyro
de Mattos
Fiquei comovido e me senti honrado quando soube
que a Academia de Letras da Bahia elegeu-me para ocupar a cadeira 22 da
instituição, com 27 votos dos 28 acadêmicos, membros efetivos, que compareceram à eleição. A
cadeira 22 tem como patrono o juiz de Direito José Maria da Silva Paranhos,
como fundador Rui Barbosa e o seu último ocupante foi o poeta Clovis Lima.
Estarei ocupando-a no próximo dia 10 de novembro.
Fui empossado
como sócio correspondente da Academia de Letras da Bahia em 18 de novembro de
2002. Naquele momento, os estatutos proibiam que o candidato residente no
interior fosse eleito membro titular. O convite para me tornar sócio
correspondente da instituição foi feito pelo escritor e acadêmico titular Luís
Henrique. Com a mudança nos estatutos, a mencionada proibição foi eliminada.
Mudaram-me de
lugar na valorosa Academia de Letras da Bahia. Jorge Amado, Itazil Benício e Hélio Pólvora foram outros escritores
itabunenses que ocuparam o quadro de membros efetivos da Academia de Letras da
Bahia. Atualmente, o jornalista Samuel
Celestino, que assina uma coluna política no jornal “A Tarde”, é também outro
itabunense que figura como membro
efetivo dessa tradicional instituição de letras. Do sul da Bahia, a instituição
tem ainda como membros efetivos o poeta
Florisvaldo Mattos (de Uruçuca) e o escritor Aleilton Fonseca (de Firmino
Alves). O ilheense James Amado era outro
filiado a seu quadro de membros titulares.
A Academia de
Letras da Bahia sempre cuidou em ter em suas hostes intelectuais da mais alta
qualidade. Nesta instituição figuram juristas, poetas, ficcionistas,
jornalistas e professores doutores de universidades. Ressalte-se os nomes de Rui Barbosa, Luís Viana, Zélia Gattai, João
Ubaldo Ribeiro, Orlando Gomes, Thales
de Azevedo, Vasconcelos Maia, Guido Guerra, Myriam
Fraga, João Carlos Teixeira Gomes e
Aramis Ribeiro Costa, entre
tantos. A instituição estará comemorando o centenário de fundação em 2017. A
atual presidente é a Professora Doutora Evelina Hoisel.
Durante
cinqüenta anos, a minha vida está ligada
permanentemente à literatura. Desde que publiquei meu primeiro conto, “A
Corrida”, no suplemento literário do “Jornal da Bahia”, dirigido por João
Ubaldo Ribeiro, naqueles idos de 1960, nunca mais deixei de publicar artigos,
volumes de contos, poemas, novelas, romance e
literatura infanto-juvenil. Cada vez mais tenho amado às letras, que me ajudam a sobre viver. A
literatura tem demonstrado que gosta de
mim. Reconhece meu trabalho. Alguns de meus livros receberam prêmios
importantes, no Brasil e exterior. Nove deles foram publicados no exterior.
Recentemente, a Universidade Estadual de Santa Cruz outorgou-me o título de
primeiro Doutor Honoris Causa.
A solicitação do pleito foi
encaminhada e fundamentada em meu currículo pela Professora Doutora Reheniglei Rehem. O
processo de “canonização” de minha vida literária durou mais de ano, em segredo
de procedimento estatutário da UESC. No final a aprovação da concessão da
honraria, por unanimidade. Que honra,
quanta alegria!
Sou casado
com Mariza há 48 anos, pai de três filhos, avô de seis netos. Agradeço a Deus ter chegado até aqui.
Confesso que o mundo das necessidades materiais, que gera essa guerra de cada
um só pensar em si, e que continua a fazer estúpidos estragos na maravilha da
vida, desviando os seres humanos da ternura, há milênios, nunca me apeteceu. Como se diz, “o mundo de Deus é grande, eu
trago na mão fechada, o pouco com Deus é muito, o muito sem Deus é nada.”
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