Lançamento do primeiro romance de Cyro de Mattos pela Letra Selvagem ocorreu no dia 12 de novembro, na Casa das Rosas, em São Paulo. Além de Os ventos gemedores, foram lançados também os livros Uma garça no asfalto, de Clauder Arcanjo (crônica) e Rainhas da antiguidade: sedução e majestade, de Dirce Lorimier Fernandes (biografia).
Abrindo o evento, o escritor, jornalista e professor Joaquim Maria Botelho, presidente da União Brasileira de Escritores (SP),apresentou os três autores ao público presente. Com Os ventos gemedores, o escritor Cyro de Mattos alcança a marca de 51 livros publicados, durante quase cinqüenta anos dedicados à vida literária.
Romance e Seu Autor
Nesse romance de ritmo ágil, o leitor irá escutar a fúria de ventos compulsivos, que assim abalam e deixam-nos perplexos, de tal sorte os gestos de criaturas primitivas, de anseios tão densos e chocantes, em meio a situações de desespero.
Nos episódios de Os Ventos Gemedores latejam brutalidades dum homem sedento e faminto pelos domínios da terra, que avilta outros homens indefesos com seu egoísmo impiedoso. Na mensagem que se expressa no texto vigoroso, revestido de brasilidade e humanismo, emerge uma fabulação interior que confere vida psíquica aos personagens, não apenas como tipos interessantes, agentes populares desempenhando seu papel no cenário dos conflitos sociais. Nesses personagens primitivos, sabe o autor imprimir, como poucos, uma dimensão interior enraizada na explosão dos dramas e das misérias coletivas. No que toca a este jogo psíquico e o drama, como observa o crítico Cid Seixas, doutor em Letras pela USP (Universidade de São Paulo), em comentário ao livro Berro de Fogo e outras histórias: “Quando um destes personagens se deixa surpreender na intimidade da vida é que se percebem os desvãos da sua alma”.
Cyro de Mattos nasceu em Itabuna, cidade do sul da Bahia, em 31 de janeiro de 1939. Diplomado em advocacia pela Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, em 1962. Advogado e jornalista com passagem na imprensa do Rio de Janeiro, onde foi redator do “Diário de Notícias”, “Jornal do Comércio” e “O Jornal”.
Contista, poeta, cronista, novelista, ensaísta, autor de livros infantis, organizador de antologia, Cyro de Mattospossui inúmeros prêmios literários, entre eles, o Prêmio Nacional de Ficção Afonso Arinos, concedido pela Academia Brasileira de Letras para o livro Os Brabos; Prêmio Jabuti (menção honrosa) para Os Recuados; Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) para O Menino Camelô, poesia infantil, e com o Cancioneiro do Cacau, conquistou o Prêmio Nacional Ribeiro Couto da União Brasileira de Escritores, Rio de Janeiro, e o Segundo Prêmio Internacional de Poesia MaestraleMarengo d’Oro, Gênova, Itália. O nome de Cyro de Mattos figura em obras como Novo Dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Dicionário Literário Brasileiro, de Raimundo de Menezes, Enciclopédia de Literatura Brasileira, de Afrânio Coutinho, Literatura e Linguagem, de Nelly Novaes Coelho, Navegação de Cabotagem, de Jorge Amado, Bibliografia Crítica do Conto Brasileiro, de Celuta Moreira Gomes e Theresa da Silva Aguiar, e Enciclopédia Barsa. Sua obra vem recebendo estudos nas universidades. Participou como convidado do III Encontro Internacional de Poetas da Universidade de Coimbra, Portugal, em 1998. Da Feira Internacional do Livro de Frankfurt em 2010 quando autografou a antologia poética Zwanzigvon Rio undandereGedichte, publicada pela Projekte-Verlag, de Halle, com tradução de Curt Meyer Clason. E do XVI Encontro de Poetas Iberoamericanos da Fundação Cultural de Salamanca, Espanha, em 2013. Possui livros pessoais publicados em Portugal, França, Alemanha e Itália. Seus contos e poemas participam de mais de 50 antologias, no Brasil e exterior. Pertence à Academia de Letras da Bahia, Academia de Letras de ilhéus e Academia de letras de Itabuna. É Membro Titular do Pen Clube do Brasil.
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