Vejam abaixo uma porção de beleza nos versos que só um mago
produz. (Cyro de Mattos)
Infância
Bernardo Linhares
“Não tenho
certeza se vivi além da infância”
Saint-Exupéry
INFÂNCIA
(ao sublime e inspirador Carl Gustav Jung)
Ilha que brilha
num mar de alegria,
ciranda de cores,
maré cheia.
Soprando a vela,
o verde é ternura,
o branco no céu
compõe o carrossel.
Pintando a criança
- peixinho dentro d’água -
o azul silencioso.
E esse sol que escorre
em minha lágrima.
*
CANÇAO DE NINAR
(ao inspirador e sublime Sigmund Freuf)
Adormecendo,
diz o neném:
Papai me ama,
mamãe também.
Azul de amor,
sonha a criança.
No berço meirgo,
que é o seu pódio,
ela boceja,
abrindo os olhos:
Ô revoltado,
quem te pariu
foi a inveja,
a mãe do ódio.
*
O IDIOTA ÚTIL
( a Lacan e seus discípulos)
Cara emburrada de anjo
sem asas,
sem
jardins, sem quintais.
O
cão fareja:
“Ou
não teve infância,
ou
não teve pai”
*
Se você nega a infância, nega
a vida
Audrey Hepburn
A BELEZA É A PRISÃO QUE NOS
LIBERTA
(ao mais do que sublime e
inspirador Sir Roger Scruton)
Mimo do céu, infância alada:
lua, rosa e borboleta.
Azul, azul-celeste,
igual ao girassol, gira o
planeta.
Conto de fada, encanto:
lua, crisálida; sol,
pirilampo.
Entre os astros da flora
recende o amor-perfeito,
floresce a sensitiva, voam
pavões,
canta a cigarra, a lua se
deita.
Enquanto a borboleta beija a
flor da correnteza,
As Três-Marias,
pétalas de um trevo na haste
de um cipreste,
refletem à luz do dia:
- Pequenino bem-te-vi,
desenvolvendo tua pena,
não perca o sentido da vida,
não menospreze a Beleza,
bondade e consolação
que nos afirma na alegria
e nos conforta na
tristeza.
BL, o decano da Geração Prefácio, Verba Pública e Privada, autor
de Flores de Ocaso, o único livro publicado sem nenhuma nota em todos os
jornais de Salvador, agradece a leitura.
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