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segunda-feira, 15 de agosto de 2022

 

Vejam abaixo uma porção de beleza nos versos que só um mago produz. (Cyro de Mattos)

 

Infância

  

Bernardo Linhares

 

“Não tenho certeza se vivi além da infância” 

Saint-Exupéry 

 

INFÂNCIA 

 

(ao sublime e inspirador Carl Gustav Jung) 

 

Ilha que brilha 

num mar de alegria, 

ciranda de cores, 

maré cheia. 

Soprando a vela, 

o verde é ternura, 

o branco no céu 

compõe o carrossel. 

Pintando a criança 

- peixinho dentro d’água - 

o azul silencioso. 

E esse sol que escorre 

em minha lágrima. 

 

*

CANÇAO DE NINAR

 

(ao inspirador e sublime Sigmund Freuf)

 

Adormecendo,

diz o neném:

Papai me ama,

mamãe também.

 

Azul de amor,

sonha a criança.

No berço meirgo,

que é o seu pódio,

 

ela boceja,

abrindo os olhos:

Ô revoltado,

 

 

quem te pariu

 foi a inveja,

a mãe do ódio.

 

*  

O IDIOTA ÚTIL

 

( a Lacan e seus discípulos)

 

Cara emburrada de anjo sem asas,

sem jardins, sem quintais.

O cão fareja:

“Ou não teve infância,

ou não teve pai”

 

 

*       

 

 

Se você nega a infância, nega a vida 

Audrey Hepburn 

 

 

 

A BELEZA É A PRISÃO QUE NOS LIBERTA 

 

  

(ao mais do que sublime e inspirador Sir Roger Scruton) 

 

 

  

 

Mimo do céu, infância alada: 

lua, rosa e borboleta. 

Azul, azul-celeste, 

igual ao girassol, gira o planeta. 

Conto de fada, encanto: 

lua, crisálida; sol, pirilampo. 

Entre os astros da flora recende o amor-perfeito, 

floresce a sensitiva, voam pavões, 

canta a cigarra, a lua se deita. 

Enquanto a borboleta beija a flor da correnteza, 

As Três-Marias, 

pétalas de um trevo na haste de um cipreste, 

refletem à luz do dia: 

- Pequenino bem-te-vi, desenvolvendo tua pena, 

não perca o sentido da vida, 

não menospreze a Beleza, 

bondade e consolação 

que nos afirma na alegria 

e nos conforta na tristeza. 

 

 

 

BL, o decano da Geração Prefácio, Verba Pública e Privada, autor de Flores de Ocaso, o único livro publicado sem nenhuma nota em todos os jornais de Salvador, agradece a leitura. 

 

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