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quarta-feira, 30 de setembro de 2020

 

           

              Encontro na Alemanha

  Cyro de Mattos

 

 

O falecimento do professor, historiador e cientista político Luiz Alberto de Viana Moniz Bandeira, ocorrido em 10 de novembro,  na Alemanha, é uma perda imensa para a cultura brasileira. Abalou a Academia de Letras da Bahia, da qual era membro correspondente e mantinha relações de amizade intensa com alguns de seus filiados. Foi um pioneiro no estudo das Relações Internacionais.

Radicado na cidade alemã de Heidelberg,  era cônsul honorário do Brasil. Em 2015, foi indicado ao Prêmio Nobel de Literatura pela União Brasileira de Escritores (UBE/SP), em reconhecimento pelo seu trabalho como intelectualdedicado a repensar o Brasil. Em 2016, foi homenageado na UBE com o seminário "80 anos de Moniz Bandeira", ocasião em que sua obra foi destacada por importantes personalidades do meio acadêmico, político e diplomático.

 Além de influente intelectual, Moniz Bandeira teve uma importante trajetória de militância política, como filiado ao Partido Socialista Brasileiro. Conheci essa criatura rara  na Alemanha,  quando fui participar da Feira  Internacional do Livro de Frankfurt em 2010, como convidado. Meu livro Vinte Poemas do Rio e Outros Poemas foi traduzido para  o alemão por  Curt Meyer-Clason. A editora reservou-me espaço para em seu stand participar de uma tarde de autógrafos.  O país  que seria homenageado nessa oportunidade da Feira do Livro era a Argentina. Confiando em meu inglês, que dava para o gasto corriqueiro, permitindo que eu não passasse fome, tomei ânimo e fui participar desse evento internacional do livro, considerado como o maior encontro mundial no setor editorial.

         Quando desembarquei em Frankfurt, logo fiquei assustado com o tamanho do aeroporto e o grande movimento de pessoas, vindas de muitos países deste planeta. Tudo ali era grande e incalculável.  Não podia imaginar que fosse tão imenso e nele uma babel sem limites ressoasse como uma colmeia humana inacreditável.   

Na casa do cônsul brasileiro Cézar Amaral, em Frankfurt, onde autores que participavam da Feira Internacional do Livro foram recepcionado, tive o especial prazer de conhecer Moniz Bandeira. Autor de muitos livros, na área da política mundial, tão prestigiado na Europa. Falou-me de sua alegria em ser membro da Academia de Letras da Bahia, dos seus ancestrais em terras da Bahia e de outras saudades que acenderam seu coração durante nossa conversa, temperada com casos, nomes e eventos ocorridos em terras da sua querida Bahia. De um desses acontecimentos relatados pelo ilustre patrício,  tomei conhecimento  que na sua linhagem genealógica estava  presente a relação de parentesco  com Diogo Álvares Correia, um náufrago português por volta de 1510,  apelidado de Caramuru,  que fora bem acolhido pelos índios tupinambás. Casou com a índia Paraguaçu, foi o fundador do município baiano de Cachoeira e se tornou um dos inventores do Brasil.

Dessa maneira foi que fiquei sabendo que, de Caramuru ao cientista político Moniz Bandeira, o tempo, que sabe todos os caminhos, atava as pontas do destino para caminhar como brasileiro em terras da Alemanha e do mundo. (Do livro Gabriel García Márquez e Outras Crônicas, no prelo da Editus, editora da Universidade Estadual de Santa Cruz) 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

 

Dois Escritores Resgatam

Memória do Cronista

Fernando Leite Mendes

   

       A editora baiana Via Litterarum acaba de publicar a antologia O Gigante e a Bicicleta e Outras Belas Crônicas, de Fernando Leite Mendes, baiano de Ilhéus, com prefácio, notas e organização dos escritores Cyro de Mattos e Ivo Korystowski. Para o escritor e poeta Cyro de Mattos,  Fernando Leite Mendes, que nos deixou aos 48 anos,  nada deve aos cronistas melhores de sua época, década de 50 no Rio de Janeiro, como Carlinhos Oliveira, Paulo Mendes  Campos, Rubem Braga, Drummond, Carlos Heitor Cony, Stanislaw Ponte Preta, Fernando  Sabino e Rachel de Queiroz,  dentre outros.

     A antologia O Gigante e a Bicicleta e Outras Belas Crônicas é acrescida de prefácio, depoimentos e pesquisa iconográfica realizada pelos organizadores.   A ilustração da capa é da desenhista ilheense Jane Hilda Badaró. Cyro de Mattos é autor de vasta obra, de vários gêneros, membro das Academias de Letras da Bahia, de Ilhéus e de Itabuna, Doutor Honoris Causa da Universidade Estadual de Santa Cruz, também editado no exterior, além de detentor de prêmios importantes. Publica quinzenalmente uma crônica na revista da crônica RUBEM, de Brasília.

Ivo Korytowski é jornalista, tradutor e romancista premiado pela União Brasileira de Escritores (Rio). Reside em São Paulo. É o editor dos conceituados blogs Literatura & Rio de Janeiro & São Paulo e Sopa no Mel. Para selecionar as crônicas que compõem esse livro póstumo, seus organizadores fizeram ampla pesquisa na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional.  

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

 

                        Encontro na Alemanha

                Cyro de Mattos

 

 O falecimento do professor, historiador e cientista político Luiz Alberto de Viana Moniz Bandeira, ocorrido em 10 de novembro,  na Alemanha, é uma perda imensa para a cultura brasileira. Abalou a Academia de Letras da Bahia, da qual era membro correspondente e mantinha relações de amizade intensa com alguns de seus filiados. Foi um pioneiro no estudo das Relações Internacionais.

Radicado na cidade alemã de Heidelberg,  era cônsul honorário do Brasil. Em 2015, foi indicado ao Prêmio Nobel de Literatura pela União Brasileira de Escritores (UBE/SP), em reconhecimento pelo seu trabalho como intelectualdedicado a repensar o Brasil. Em 2016, foi homenageado na UBE com o seminário "80 anos de Moniz Bandeira", ocasião em que sua obra foi destacada por importantes personalidades do meio acadêmico, político e diplomático.

 Além de influente intelectual, Moniz Bandeira teve uma importante trajetória de militância política, como filiado ao Partido Socialista Brasileiro. Conheci essa criatura rara  na Alemanha,  quando fui participar da Feira  Internacional do Livro de Frankfurt em 2010, como convidado. Meu livro Vinte Poemas do Rio e Outros Poemas foi traduzido para  o alemão por  Curt Meyer-Clason. A editora reservou-me espaço para em seu stand participar de uma tarde de autógrafos.  O país  que seria homenageado nessa oportunidade da Feira do Livro era a Argentina. Confiando em meu inglês, que dava para o gasto corriqueiro, permitindo que eu não passasse fome, tomei ânimo e fui participar desse evento internacional do livro, considerado como o maior encontro mundial no setor editorial.

         Quando desembarquei em Frankfurt, logo fiquei assustado com o tamanho do aeroporto e o grande movimento de pessoas, vindas de muitos países deste planeta. Tudo ali era grande e incalculável.  Não podia imaginar que fosse tão imenso e nele uma babel sem limites ressoasse como uma colmeia humana inacreditável.   

Na casa do cônsul brasileiro Cézar Amaral, em Frankfurt, onde autores que participavam da Feira Internacional do Livro foram recepcionado, tive o especial prazer de conhecer Moniz Bandeira. Autor de muitos livros, na área da política mundial, tão prestigiado na Europa. Falou-me de sua alegria em ser membro da Academia de Letras da Bahia, dos seus ancestrais em terras da Bahia e de outras saudades que acenderam seu coração durante nossa conversa, temperada com casos, nomes e eventos ocorridos em terras da sua querida Bahia. De um desses acontecimentos relatados pelo ilustre patrício,  tomei conhecimento  que na sua linhagem genealógica estava  presente a relação de parentesco  com Diogo Álvares Correia, um náufrago português por volta de 1510,  apelidado de Caramuru,  que fora bem acolhido pelos índios tupinambás. Casou com a índia Paraguaçu, foi o fundador do município baiano de Cachoeira e se tornou um dos inventores do Brasil.

Dessa maneira foi que fiquei sabendo que, de Caramuru ao cientista político Moniz Bandeira, o tempo, que sabe todos os caminhos, atava as pontas do destino para caminhar como brasileiro em terras da Alemanha e do mundo. (Do livro Gabriel García Márquez e Outras Crônicas, no prelo da Editus, editora da Universidade Estadual de Santa Cruz) 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

 

Academia de Letras de Itabuna

Publica Sua Revista Guriatã/ 3

 

Com o selo da Libri Editorial, de Brasília, a Academia de Letras de Itabuna acaba de publicar o número 3 da sua revista Guriatã na qual traz artigos e ensaios, poesia, ficção, textos diversos, discursos e registros, assinados  pelos acadêmicos integrantes do corpo de associados e por escritores convidados, além de  divulgar uma série de atividades literárias e culturais dos membros da instituição.

Segundo o editor da revista, escritor  e poeta Cyro de Mattos, que também é membro efetivo da Academia de Letras da Bahia,  no editorial “Revista como pássaro das letras e da cultura”,   como cidadela de resistência, arquitetada na palavra escrita, Guriatã vem pela terceira vez   com o seu canto para repercutir  em espaço de construção de conhecimento, permuta de experiências literárias, em especial  as que são produzidas  na região Sul da Bahia.

Segundo ele, “Guriatã comporta o pensamento e o sentimento como crença de que o veículo dessa natureza impresso ainda funciona no contexto dos tempos atuais, em que prevalece a imagem visual e/ou a linguagem internética movida pela rapidez e globalização do que transmite.”

A Academia de Letras de Itabuna (ALITA) é presidida atualmente pela professora  Silmara Oliveira. A revista apresenta dessa vez textos de Reheniglei Rehem, Heloísa Prazeres e Marcus Mota, doutores em Letras;  ensaio de Cyro de Mattos sobre romance de estreia de Dostoiewski;   poemas de Telmo Padilha, Valdelice Pinheiro, Walker Luna, Ruy Póvoas, Renato Prata e Ceres Marylise; contos de Aramis Ribeiro Costa, Lilia Gramacho e Gerana Damulakis;    crônicas de Raquel Rocha, João Otávio e  Ruy Espinheira Filho;   discursos de Sônia Maron e Silmara Oliveira, além de ampla  divulgação das atividades literárias e culturais dos membros da instituição. 

 

Academia de Letras de Itabuna Publica Sua revista Guriatã 3

 

Academia de Letras de Itabuna

Publica Sua Revista Guriatã/ 3

 

Com o selo da Libri Editorial, de Brasília, a Academia de Letras de Itabuna acaba de publicar o número 3 da sua revista Guriatã na qual traz artigos e ensaios, poesia, ficção, textos diversos, discursos e registros, assinados  pelos acadêmicos integrantes do corpo de associados e por escritores convidados, além de  divulgar uma série de atividades literárias e culturais dos membros da instituição.

Segundo o editor da revista, escritor  e poeta Cyro de Mattos, que também é membro efetivo da Academia de Letras da Bahia,  no editorial “Revista como pássaro das letras e da cultura”,   como cidadela de resistência, arquitetada na palavra escrita, Guriatã vem pela terceira vez   com o seu canto para repercutir  em espaço de construção de conhecimento, permuta de experiências literárias, em especial  as que são produzidas  na região Sul da Bahia.

Segundo ele, “Guriatã comporta o pensamento e o sentimento como crença de que o veículo dessa natureza impresso ainda funciona no contexto dos tempos atuais, em que prevalece a imagem visual e/ou a linguagem internética movida pela rapidez e globalização do que transmite.”

A Academia de Letras de Itabuna (ALITA) é presidida atualmente pela professora  Silmara Oliveira. A revista apresenta dessa vez textos de Reheniglei Rehem, Heloísa Prazeres e Marcus Mota, doutores em Letras;  ensaio de Cyro de Mattos sobre romance de estreia de Dostoiewski;   poemas de Telmo Padilha, Valdelice Pinheiro, Walker Luna, Ruy Póvoas, Renato Prata e Ceres Marylise; contos de Aramis Ribeiro Costa, Lilia Gramacho e Gerana Damulakis;    crônicas de Raquel Rocha, João Otávio e  Ruy Espinheira Filho;   discursos de Sônia Maron e Silmara Oliveira, além de ampla  divulgação das atividades literárias e culturais dos membros da instituição.