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sábado, 4 de fevereiro de 2017


            

           O Goleiro Leleleta e Outras Fascinantes Histórias de Futebol


O livro O Goleiro Leleta e Outras Fascinantes Histórias de Futebol deu-me em 2002  o Prêmio Hors Concours da União Brasileira de Escritores, seção do Rio de Janeiro. Mas o melhor prêmio tem sido as várias edições que o livro vem tendo pela Editora Saraiva, de lá para cá. Chegou ao ponto da UOL anunciar que foi um dos livros   mais vendido para crianças nas livrarias brasileiras, ao lado de Harry Porter, o que me deu um susto tremendo.
A paixão que grande parte do povo brasileiro tem pelo futebol está presente nas histórias “O Bahia contra o Brasil”, “O Goleiro Galalau”, ‘O Dia em que Vi Garrincha Jogar’ e ‘O Goleiro Leleta’,  que formam o livro O Goleiro Leleta e Outras Fascinantes Histórias de Futebol. A emoção que o autor teve quando menino, em  Itabuna, no sul da Bahia, cidade onde nasceu, com os queridos amigos  nos jogos de futebol, disputados nos campinhos  espalhados pelas ruas e margem do rio, aparece  nestas histórias, que também mostram lances incomuns, como o da bola chutada forte, que cai no rio,  é levada pela correnteza e  torna impossível o final da partida.  
E mais:  o juiz que é padre,  apita o jogo de batina e dá uns tiros  para o alto quando sua mãe é ofendida com palavrão da torcida; o goleiro com lombrigas que passa mal embaixo da trave  e  o lance inacreditável  com o garoto que entra no segundo tempo do jogo e, no final, dribla a defesa inteira para fazer o gol da vitória de seu time  contra o tradicional rival.
A admiração pelo drible genial, a transformação de garotos desconhecidos em heróis fugazes em  jogos disputadíssimos no campinho de grama maltratada,  o goleiro que joga a última partida do seu time no campeonato, sabendo que seu pai, que era o diretor, o roupeiro, o massagista e o técnico,  não pode comparecer porque  está sendo velado  e, assim,  não teria a imensa alegria de ver o filho defender o  pênalti,   que daria o primeiro campeonato à agremiação  do  Burburinho do Paraiso. Tudo isso dá cores a essas histórias que acontecem no apaixonante mundo do futebol, três delas  com as marcas de uma inesquecível infância, tendo como  personagens craques que jogam com os pés descalços, quando o jogo é entre os   meninos, ou de chuteira, meia, calção e camisa vistosa quando a partida é disputada no velho e acanhado  Campo da Desportiva, ou até mesmo em outra praça extraída do imaginário popular.     
Quando era dia de clássico, não se tratava de um clássico qualquer. Era partida para entrar na história. Mais uma na história do futebol. O time da Rua do Quartel Velho, que era assim chamada a Rui Barbosa, onde eu morava, jogava contra o time da rua de cima, a  Duque de Caxias.

Procurei cativar o leitor com estilo simples, ágil,  modéstia à parte, e, ao mesmo tempo, resgatar certos jargões da gíria futebolística.  Sem querer, mas querendo, fazer propaganda do livro, digo que ofereço  agora ao leitor momentos de prazer e encanto  da bola rolando nos pés de heróis anônimos ou consagrados,  naquele jogo bem brasileiro, que de tanta paixão transpira, inspira e faz a alegria da galera. 

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