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sexta-feira, 19 de junho de 2020






                    A Perda do Joca
                   
                      Cyro de Mattos 

Acordo assustado com a notícia desagradável  de que a Bahia perde o jornalista e escritor João Carlos Teixeira Gomes. Jornalista combativo, conhecido como o  pena de aço, sonetista dos melhores, ensaísta exemplar, contista brilhante, torcedor apaixonado do Bahia. Membro da Academia de Letras da Bahia,  efetivo e eficiente. Um bom amigo, nosso  contemporâneo desde os idos de 1955,  no Colégio da Bahia (Central), passando pela Faculdade de Direito da Universidade Federal da  Bahia, no período compreendido entre 1958 a 1962,   ao longo de militância cultural por mais de sessenta anos.
 A Bahia perde um grande homem, os de sua geração  um enorme companheiro,  inteligente e solidário. Em Agudo Mundo, livro inédito, presto uma modesta  homenagem a esse escritor singular de pluralidades significativas,  talento soberbo,  com o “Poema do Joca”, como assim era  chamado pela voz carinhosa dos amigos.  
Abaixo transcrevo o poema, que com prazer lhe dedico, mas que nos seus versos agora me deixa saudoso e triste. 


Poema do Joca

João Carlos Teixeira Gomes,
moço apelidado de Joca,
De tanto afeto que por ele temos,
quem não sabe fique sabendo.

Eis que surge menestrel
no Colégio da Bahia,
na Faculdade às voltas
com o direito e as letras.

Eis o Joca jornalista
arrojado, contundente.
é o ensaísta de Gregório,
boca de fogo como ele.

Eis o Joca poeta grande, 
nesses rincões da Bahia,
de gafanhoto domador,
contemplativo da esfinge. 

De bom gosto sonetista,
entre tesouro e labirinto,
um dos melhores no Brasil.
Até mesmo em terra lusa.

O conhecido Pena de Aço,
não há outro que o iguale,
estremece o  poderoso,
iluminado como sempre.

                 





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