O palhaço foi embora
Cyro de Mattos
Recebo
do Conselho de Cultura Municipal a notícia de pesar em que se lamenta profundamente o falecimento de
Raimundo Maia, agente de cultura que atuou no cenário local como ator,
humorista, cantor, compositor, músico, instrumentista e artesão. E sobretudo
foi aquele palhaço que pergunta o que ele é, a garotada responde é ladrão de
mulher.
Despontou,
para a alegria da garotada e dos adultos, como o Palhaço Cocada, realizando
nesse personagem versátil os seus shows, programas de TV, rádio ou como garoto
propaganda de vários empreendimentos empresariais. Tinha o propósito de levar o
riso no que de melhor um artista nato pode fazer pela humanidade: a felicidade.
Assim entrou para o rol dos grandes nomes de artistas do interior que
contribuíram com o seu trabalho para o enriquecimento da cultura e do bem estar
com a vida.
Que Deus receba o seu espírito em luz para o repouso dos
simples e justos, ao tempo que dê força, resignação e compreensão aos amigos e
familiares para que esse momento de profunda tristeza dos adeptos do riso seja
transformado em memória saudosa, que faz bem como a doçura da fruta madura. E
assim seja sentido esse fazedor de arte e cultura populares como reflexo de um
ser humano que dedicou a sua vida para tornar melhor o dia de cada um.
Comento
a notícia de pesar considerando que o Palhaço Cocada foi um poeta do riso no
trânsito da vida, um artista múltiplo da cultura, um homem simples, de bom
coração. Sem ele, a vida fica privada de quem fazia do mundo uma criança
com riso e lambança. Certamente vai fazer falta entre nós e nos céus dos céus
será abrigado pelos anjos, que terão a oportunidade de se empanturrar com o
riso quando ouvirem dele uma boa piada ou assistirem incrédulos uma boa
presepada.
Ele
sempre soube que o mundo é feito com o divertimento vindo da brincadeira de bom
gosto, no riso seguidas vezes provocado com as vozes da piada ou da cena
atrapalhada. E assim foi que pode
oferecer a graça sem querer nada em troca, a não ser o bem
estar da vida, temperada com a ternura, a esperança e o amor, nossos
sentimentos do bem fortes.
Era assim o
palhaço Cocada, cheio de manhas e artimanhas. Com ele, o espetáculo tinha uma
boca risonha, de ponta a ponta. Tinha às vezes a cara de mau, olho e nariz de
limão, muitas vezes a criançada na mão.
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