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terça-feira, 9 de setembro de 2025

 

                             O palhaço foi embora

                              Cyro de Mattos

                                               

 

 

Recebo do Conselho de Cultura Municipal a notícia de pesar em que se lamenta profundamente o falecimento de Raimundo Maia, agente de cultura que atuou no cenário local como ator, humorista, cantor, compositor, músico, instrumentista e artesão. E sobretudo foi aquele palhaço que pergunta o que ele é, a garotada responde é ladrão de mulher.

Despontou, para a alegria da garotada e dos adultos, como o Palhaço Cocada, realizando nesse personagem versátil os seus shows, programas de TV, rádio ou como garoto propaganda de vários empreendimentos empresariais. Tinha o propósito de levar o riso no que de melhor um artista nato pode fazer pela humanidade: a felicidade. Assim entrou para o rol dos grandes nomes de artistas do interior que contribuíram com o seu trabalho para o enriquecimento da cultura e do bem estar com a vida. 

          Que Deus receba o seu espírito em luz para o repouso dos simples e justos, ao tempo que dê força, resignação e compreensão aos amigos e familiares para que esse momento de profunda tristeza dos adeptos do riso seja transformado em memória saudosa, que faz bem como a doçura da fruta madura. E assim seja sentido esse fazedor de arte e cultura populares como reflexo de um ser humano que dedicou a sua vida para tornar melhor o dia de cada um. 

Comento a notícia de pesar considerando que o Palhaço Cocada foi um poeta do riso no trânsito da vida, um artista múltiplo da cultura, um homem simples, de bom coração. Sem ele, a vida fica privada de quem fazia do mundo uma criança com riso e lambança. Certamente vai fazer falta entre nós e nos céus dos céus será abrigado pelos anjos, que terão a oportunidade de se empanturrar com o riso quando ouvirem dele uma boa piada ou assistirem incrédulos uma boa presepada. 

Ele sempre soube que o mundo é feito com o divertimento vindo da brincadeira de bom gosto, no riso seguidas vezes provocado com as vozes da piada ou da cena atrapalhada.  E assim foi que pode oferecer a graça sem querer nada em troca, a não ser o bem estar da vida, temperada com a ternura, a esperança e o amor, nossos sentimentos do bem fortes.

Era assim o palhaço Cocada, cheio de manhas e artimanhas. Com ele, o espetáculo tinha uma boca risonha, de ponta a ponta. Tinha às vezes a cara de mau, olho e nariz de limão, muitas vezes a criançada na mão.

 

 

 

 

 

 

 

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